terça-feira, 7 de maio de 2013

Escola dos sabores

A norte-americana Erica Bauermeister afirma em seu site pessoal que decidiu ser escritora porque acredita que os livros podem pegar pequenas partes da vida das pessoas que são consideradas irrelevantes e enchê-las de beleza, dando brilho aos seus significados. Neste seu primeiro romance a busca da autora começa na arte de conquistar o leitor pela boca. São nove personagens, que dentro de uma aula semanal de culinária, aprendem não só receitas, mas abusam de sabores e sentidos para compreenderem e desenvolverem suas relações pessoais, cada qual com suas angústias e dilemas distintos. A protagonista é Lillian, amante da gastronomia desde criança e dona do restaurante onde todas as segundas-feiras recebe oito pessoas para as aulas de culinária. Nessa brecha de sua rotina de Chef de cozinha, Lillian procura ser um espelho de sua criadora dentro do romance, estimulando o tal brilho em cada um de seus alunos por meio de aromas e gostos cuidadosamente planejados.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Viagem gastronômica pela Hungria

A cultura e a gastronomia de um país define bem o seu ethos. É esse conjunto de valores, artes, reminiscências, aromas e sabores, linguagem, histórias e lendas, que encanta o leitor dessa obra, cujo título nos remete a uma viagem não apenas gastronômica, e sim, a um passeio pela cultura húngara. Dos antepastos, aos peixes, dos caldos, sobremesas, às carnes, a autora contextualiza a Hungria narrando no primeiro capítulo fatos históricos, formação do seu povo, a geografia, a vinicultura, a história do tradicional Restaurante Gundel inaugurado em 1869, a imigração para o Brasil após a primeira guerra mundial, enfim, todo esse relato entremeado de referências a Liszt, Brahms, Kodály, Bartók e a encantadora música folclórica húngara. Além das receitas típicas, a autora apresenta muitos pratos da nouvelle cuisine húngara, mais leve, surgida há aproximadamente 20 anos, e a quantidade calórica das porções, evidenciando, claro, a páprica, seu condimento mais tradicional.

As melhores receitas de Mireille de Richter

O lançamento deste livro pode ser considerado uma parte das comemorações do Ano da França no Brasil, com exposições, concertos e encontros gastronômicos em Porto Alegre. Importante para quem se inicia na arte de receber é saber como apresentar um prato, de modo a honrar os ingredientes de qualidade, e as etapas de uma receita saborosa. Aprende-se, por exemplo, que a sobremesa "Poire Poches aux Épíces" (Peras Cozidas com Especiarias), é valorizada com uma bola de sorvete de creme, regado com creme de Cassis, polvilhado com nozes e casca de laranja. E tem mais - Notre Conseil -, o conselho de MIREILLE no final das RECEITAS, facilitando a vida das jovens anfitriãs. As peras, por exemplo, podem ser cozidas de véspera, deixadas com sua calda, em recipiente fechado, na geladeira, sugere a autora, nessa proveitosa visita às suas RECEITAS e aos sabores da gastronomia francesa. Ao ler o livro tem-se a impressão de ouvir a mestra dando suas explicações.

Dos cadernos de receitas às receitas de latinha

Em vez de um item fresco e perecível, um ingrediente enlatado. No lugar de um caderno manuscrito, o rótulo da lata com a receita. Em vez da tigela e da espátula, uma batedeira elétrica. No lugar do fogão a lenha, o forno a gás. Dos cadernos de receitas às receitas de latinha reconstitui uma história da alimentação que se mescla com a história da urbanização no Brasil, quando os eletrodomésticos e produtos industrializados são incorporados à cozinha, modificando receitas e reconfigurando hábitos. A narrativa se concentra na clássica doçaria nacional, revelando ao leitor como eram feitos ícones como o Quindim, o Bolo de Fubá e o Arroz-doce. Além disso, detalha a evolução que transformou o ato de cozinhar ao longo do tempo revelando, por exemplo, por que lidar com as panelas é tão bem-aceito e reconhecido atualmente, se há algumas décadas as mulheres estudadas se orgulhavam de sequer saber fritar um ovo, e por que os projetos arquitetônicos mais recentes valorizam a cozinha integrada às áreas de estar, quando antes ela era um espaço relegado a ­segundo plano.

O mundo da cozinha

Este livro marca a renovação do formato das publicações voltadas para alunos de nível na área de Hospitalidade. Ao tratar do perfil profissional do cozinheiro, suas técnicas de trabalho e oportunidades no mercado, O MUNDO DA COZINHA traz a palavra do chefe famoso, revela a dica importante, aponta a melhor forma de manejo de alimentos e apresenta outras diversas informações que, reunidas, compõem um importante instrumento de formação para quem pretende construir carreira profissional na cozinha. Os dados estão dispostos de forma dinâmica, o que proporciona a quem está aprendendo completa interatividade e motivação para a formação profissional. O universo mostrado aqui é especial e tem tudo para conquistar quem começa a dar os primeiros passos na cozinha.